Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças

• gênero:Comédia Romântica
• duração:01 hs 48 min
• ano de lançamento:2004
• site oficial:http://www.eternalsunshine.com/
• estúdio:Blue Ruin / This Is That Productions / Focus Features / Anonymous Content
• distribuidora:Focus Features / UIP / TriStar Pictures S.A.
• direção: Michel Gondry
• roteiro:Charlie Kaufman, baseado em estória de Charlie Kaufman, Michel Gondry e Pierre Bismuth
• produção:Anthony Bregman e Steve Golin
• música:Jon Brion
• fotografia:Ellen Kuras
• direção de arte:David Stein
• figurino:Melissa Toth
• edição:Valdís Óskarsdóttir
• efeitos especiais:Custom Films Effects

Jim Carrey (Joel Barish)
Kate Winslet (Clementine Kruczynski)
Gerry Robert Byrne (Condutor de trem)
Elijah Wood (Patrick)
Thomas Jay Ryan (Frank)
Mark Ruffalo (Stan)
Jane Adams (Carrie)
David Cross (Rob)
Kirsten Dunt (Mary)
Tom Wilkinson (Dr. Howard Mierzwiak)
Ryan Whitney (Joel - jovem)
Debbon Ayer (Mãe de Joel)
Deirdre O'Connell (Hollis)
Brilho eterno é um sofisticado filme de entretenimento, que, como todo bom filme, traz algo a mais além daquilo a que ele se presta. Não aprofunda nos temas interessantes que traz, mas isso não é esperado, por ser um filme de entretenimento; o importante, e surpreendente, é que ele os traz (e não apenas os joga de modo superficial com pitadas de moralismo norte-americano, como seria esperado).
Para que não se diga que só dei 10 ao filme porque esperava uma comédia romântica vagabunda e me assustei, o fato é que o filme passou na tv e, por ser um título conhecido, resolvi assistir, sem ter a menor idéia do que se tratava; não sabia nem que era com o Jim Carrey (o que, afinal, não significa nada, porque ele fez bons filmes, como O Show de Truman, e PÉSSIMOS filmes, como O Todo Poderoso e outros que não merecem nem citação).
De início já gostei da abordagem intimista que o filme traz, e que ele mantém constante durante toda a projeção. Jim Carrey está sério e introspectivo, destoante do personagem convencional (bobo alegre) que ele mantém em seus filmes, e do qual traz vestígios até em seus filmes sérios como O Show de Truman.
Então gostei do modo como foi sendo construída a relação de Joel (o personagem de Jim Carrey) com Clementine (Kate Winslet) no trem(?), os jogos de frases, o modo como a afeição vai surgindo (“por que me apaixono por toda mulher que me dá um mínimo de atenção?”), ela gosta dele aparentemente à-toa. Depois o filme entra num emaranhado misterioso, a sequencia temporal se perde, o mundo palpável também, o telespectador não entende muito bem o que está acontecendo. Então se constrói uma cadeia de imagens e sons, convenções se quebram para montar uma trama perfeitamente elaborada e hipnótica. E o quebra-cabeça se completa no final. E tem-se um filme que entrerte, diverte, e também discute questões como ética profissional, as proporções catastróficas de interferência na vida que a ciência e a tecnologia têm tomado, enaltecimento do amor realista (que é cheio de conflitos e defeitos, mas talvez valha a pena) em sutil oposição ao amor idealizado (não há um “beijo apaixonado típico à la Hollywood”, nem na cena final, o que, confesso, num primeiro momento consternou até mesmo a mim), a perda de identidade (simbolizada na figura de Patrick, interpretado por Elijah Wood, que se aproveita da posse das lembranças de Joel para copiar/roubar a sua personalidade) e o fato metafórico de que apagar a memória não significa apagar o sentimento.
O final do filme traz uma situação interessante. Joel e Clementine sabem que, se continuarem juntos, enfrentarão uma infinidade de problemas conjugais. E é como se simbolizasse todos os casais, pois isso é algo que, de algum modo, mesmo que se negue, todos sabem, ou ao menos sentem. Os dois irão até chegar a se odiar, não vão ser felizes pra sempre. Joel diz: “ok”. E Clementine ri. Ok.
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